Segurança Pública: Responsabilidade Compartilhada entre Estado e Cidadão

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Em um cenário onde a segurança pública é uma preocupação constante, é fundamental reconhecer que a responsabilidade pela prevenção da criminalidade não recai exclusivamente sobre o Estado. Embora o Poder Público desempenhe um papel crucial por meio de políticas, policiamento ostensivo e tecnologias de vigilância, a participação ativa do cidadão é indispensável para a construção de ambientes mais seguros.

*Marcos Bazzana Delgado

Programas como o Smart Sampa, criado pelo prefeito Ricardo Nunes e muito bem executado pelo Secretário de Segurança Urbana Orlando Morando, integraram câmeras de vigilância com bancos de dados biométricos, permitindo a identificação de foragidos e veículos roubados em tempo real. Tais iniciativas demonstram o compromisso do Estado em utilizar a tecnologia para aprimorar a segurança.

Apesar dos avanços tecnológicos e do aumento do policiamento, a eficácia dessas medidas pode ser comprometida se os cidadãos não mantiverem práticas preventivas. A sensação de segurança proporcionada por câmeras e policiamento pode levar à negligência de cuidados básicos, como evitar locais isolados à noite ou manter atenção ao ambiente ao redor.

Estudos mostram que a iluminação pública eficiente reduz significativamente a criminalidade, pois dificulta o fator surpresa e facilita a identificação de infratores. No entanto, mesmo em áreas bem iluminadas, a vigilância comunitária e a colaboração entre vizinhos são essenciais para a prevenção de crimes.

Para fortalecer a segurança pessoal, os cidadãos podem adotar medidas simples, tais como evitar locais desertos e mal iluminados, especialmente durante a noite; manter atenção ao ambiente ao redor, evitando o uso de fones de ouvido ou distrações com o celular em locais públicos; não exibir objetos de valor, como joias, eletrônicos caros ou grandes quantias de dinheiro, em público; variar rotas e horários ao se deslocar, dificultando a previsibilidade de movimentos por parte de criminosos; estabelecer relações de confiança com vizinhos, promovendo uma rede de apoio e vigilância mútua; investir em medidas de segurança residencial, como instalação de grades, sistemas de alarme e câmeras de monitoramento; e participar de programas comunitários de segurança, contribuindo para a construção de um ambiente mais seguro para todos.

Em relação ao uso do telefone celular, é essencial adotar precauções específicas para evitar que o aparelho se torne alvo fácil de criminosos. Evitar o uso do celular em locais públicos movimentados ou isolados, manter o dispositivo guardado em bolsos frontais ou compartimentos seguros, e utilizar capas com alças de segurança são medidas que reduzem o risco de furtos. Além disso, configurar senhas fortes, ativar a autenticação em dois fatores e manter aplicativos de rastreamento e bloqueio remoto instalados são práticas que protegem os dados pessoais em caso de perda ou roubo do aparelho. Evitar salvar senhas ou informações sensíveis no dispositivo também é fundamental para minimizar prejuízos em situações adversas.

Mesmo diante de uma presença policial maciça, é necessário que o cidadão não abra mão desses cuidados básicos. A atuação do Estado, por mais estruturada que seja, não substitui a responsabilidade individual. O infrator pode, inclusive, agir com audácia mesmo sob vigilância intensa, o que reforça a importância de uma postura preventiva e consciente por parte da população.

A segurança pública é um esforço coletivo que exige a colaboração entre o Estado e os cidadãos. Enquanto o governo investe em tecnologias e estratégias para combater a criminalidade, é imperativo que os indivíduos mantenham uma postura vigilante e participativa. Somente por meio dessa parceria será possível construir uma sociedade mais segura e resiliente.

Marcos Bazzana Delgado, especialista em Segurança Pública e Pós-Graduado em Filosofia e Ciências da Religião

Por: Marcos Bazzana Delgado

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