O “Majestoso Centro Educacional” Leonor Quadros

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Leonor Quadros já teve mais de 6 mil alunos, sendo uma das maiores do Estado de São Paulo.

Por: Sergio Pires

Inaugurado em 1973 como Centro Educacional Leonor Quadros, com  32 salas,  sendo algumas especificas para o ensino de técnicas agrícolas e industriais e laboratório. A escola chegou a ter 6 mil alunos matriculados nos três períodos (manhã, tarde e noite), sendo uma das maiores escolas do Estado de São Paulo e contava ainda com uma quadra descoberta e outra coberta, estilo ginásio poliesportivo e com iluminações específicas. Em abril de 1973 o então governador Laudo Natel (1971 – 1975) esteve presente no local para inaugurar oficialmente o então conhecido como o “Majestoso Centro Educacional”.

Esportistas famosos viam o Leonor Quadros como a principal referência do Jardim Miriam, como o próprio governador Laudo Natel, que também era um dos diretores do São Paulo Futebol Clube e também pelo presidente da Associação Portuguesa de Desportos, Oswaldo Teixeira Duarte que no inicio dos anos 70 era também vereador de São Paulo e autor de inúmeros requerimentos e indicações para a melhoria da escola e também de toda a região da Cidade Ademar e Jabaquara.

Em 4 de abril de 1973 o vereador Oswaldo Teixeira apresentou diversos documentos na Câmara de São Paulo para a região do Jardim Miriam, entre eles o requerimento D-666-73, que solicitava uma passarela na Praça do Jardim Miriam até a calçada no Leonor Quadros, para o então prefeito José Carlos de Figueiredo Ferraz (sem partido, que ficou no cargo de 1971-1973), que ocupou o cargo indicado pelo então governador Laudo Natel.

Neste documento, o então vereador alerta sobre os riscos de possíveis atropelamentos por conta da Avenida Cupecê, que se transformava em uma das principais “artérias” da Cidade. “A Avenida Cupecê encabeça a lista de acidentes… Tal situação vem se agravar com a construção do Majestoso Centro Educacional”, disse ele em seu requerimento. Entretanto, praticamente 50 anos se passaram e a obra nunca foi realizada.

Com o passar dos anos, O Centro Educacional Leonor Quadros, se transformou em E.E. Leonor Quadros, o número de alunos diminuiu. Entretanto, frequentar o Leonor, era uma “obrigação” de vários adolescentes dos anos 70, 80 e 90, que pulavam os muros da escola para jogar bola na quadra. “Por falta de espaço de lazer na região sempre ia brincar no Leonor. Pular aquele muro na Avenida Cupecê para entrar na escola, era uma obrigação quando era criança”, disse José Carlos de Souza, hoje com 45 anos.

Com a chegada das drogas nos anos 90 a situação mudou. Muitos que entravam na escola para brincar na quadra deixavam de frequentar o espaço, pois muitos iam até lá para usarem drogas. Estas “invasões” pelos muros da escola se transformaram em uma “rotina” durante todas estas décadas. Em 1973, o então vereador Oswaldo Teixeira alertava as autoridades e solicitava ainda, rondas policiais “internas e externas” da escola.

O vereador ainda apresentou outro documento solicitando a instalação de um posto de puericultura, que é uma subespecialidade da pediatria que se preocupa com o acompanhamento integral do processo de desenvolvimento infantil. Busca analisar o processo de crescimento, o desenvolvimento físico e motor, a linguagem, a afetividade e a aprendizagem cognitiva da criança. Tudo isto por conta do desenvolvimento do bairro, e com as escolas que se instalavam na região.

Nos últimos anos, muitos outros problemas aconteceram, com a escola o que reflete um problema que é generalizado por toda sociedade. Pois todos os professores e a gestões das escolas públicas nas periferias estão empenhadas por uma educação melhor. Cabe as autoridades se empenharem em políticas públicas adequadas para melhorarem a educação com a participação da comunidade.

Foto: Sergio Pires

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