Não vamos esquecer da Enel Por: Janaína Lima

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Passadas pouco mais de duas semanas do trágico episódio do dia 03 de novembro em que a Capital e a Região Metropolitana ficaram sem energia, com rastro de destruição causado por queda de árvores, interrupção de ruas, bloqueio de entrada de residências e condomínios, prejuízos de toda ordem, é preciso manter a vigilância e não deixar o acontecimento cair no esquecimento.

É próprio do ser humano que, passado o problema, a vigilância caia. É assim quando nos defrontamos com enchentes. É assim quando a população fica sem transporte público por greves, interrupções de serviços entre outras coisas. A revolta é momentânea, mas não vamos esquecer da Enel.

Um levantamento após os incidentes mostra que em alguns locais da Região Metropolitana de São Paulo o apagão durou seis dias. Os jornais registraram que em 15 dias o Procon-SP recebeu 1501 reclamações contra a Enel. A média anterior é de 1500 reclamações por mês. O total neste ano é de 15.964 registros contra a distribuidora.

A população fez a sua parte: gritou, reclamou, registrou as perdas e deve cobrar para que os serviços públicos tenham qualidade, para que qualquer empresa que se habilite a prestar serviço à população tenha respeito ao contrato e ao cidadão.

As autoridades se mobilizaram. O Governo de São Paulo aplicou multa de R$ 12,7 milhões contra a Enel, pela falta de energia e por descumprir o dever legal de prestação de serviços essenciais. A Assembleia Legislativa de São Paulo criou uma CPI para investigar as falhas da Enel. Os deputados já tratavam do caso mesmo antes dos episódios de novembro, para apurar possíveis irregularidades no período de 2018 a 2023, por práticas abusivas da concessionária na Região Metropolitana.

Na Câmara Municipal de São Paulo também foi criada uma CPI. Desde o primeiro momento nós vereadores nos mobilizamos para colocar as nossas redes sociais para dar voz à população, para deixar registrada a sua reclamação.

Nesse sentido, na função de parlamentar, fomos às ruas ouvir a dor das pessoas, entramos com ação popular, enviamos ofícios ao CADES e ANEEL. Da mesma forma, representamos a ENEL ao Ministério Público (MPSP) e à Defensoria Pública. Emitimos nota de repúdio ao presidente da Enel pela fala insensível diante de centenas de milhares de famílias sem energia assim como mobilizamos o CREA na fiscalização das podas de árvores.

Os trabalhos da CPI se desenvolverão em 120 dias para apurar a falta de assistência, serviços precários, falta estrutura responsável por interrupções de energia e a falta de manutenção, cujos prejuízos chegaram a milhões de pessoas na Capital e Grande São Paulo. Estamos atentos e não vamos esquecer da Enel.

Janaína Lima (MDB) é vereadora na cidade de São Paulo

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