Mais um pouco de fusões e aquisições

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Recentemente falamos das possibilidades e vantagens no caso de uma fusão ou aquisição. É uma possibilidade a estudar, mas não é uma panaceia. Os detalhes de sinergia devem ser verificados, as condições de mercado também, e, sem dúvida, as condições que garantam o crescimento da empresa resultante devem estar presentes. 

Estive envolvido em 6 destes processos, 3 dos quais eram entre empresas multinacionais e 3 mais envolviam empresas locais comprando empresas locais. É nestes que vamos focar. 

No primeiro deles a empresa compradora tinha rígidas normas de governança, o que fez com que logo após a fusão perdesse 30% dos clientes da empresa recém incorporada. De maneira similar e progressiva, notava-se uma guerra de preços que deixou claro que navegar num mercado de especialidades não tem a mínima semelhança com concorrer em um mercado de commodities. Passado algum tempo a empresa foi desativada, num claro exemplo de uma aquisição que poderia ter sido evitada. 

No segundo exemplo, a empresa compradora, que era a mesma, comprou uma empresa menor, familiar, que embora com um viés um pouco diferente da primeira, não diferia da compradora no quesito ser empresa de especialidades. Tinha também um nicho de mercado onde atuava e não era um produto facilmente “copiado”. Viveram felizes por muitos anos.  

No terceiro caso, a empresa compradora comprou a empresa à venda, ambas atuando no mesmo nicho de mercado, com clientes comuns, e sujeitos a normas de produção similares. É certo que no início aconteceram alguns trancos e barrancos, mas passado algum tempo os negócios se alinharam, as políticas de compra e venda se harmonizaram e outra vez, viveram felizes por muitos anos. Separaram-se recentemente, mas por uma decisão estratégica e não porque uma ou outra estivesse em situação delicada. 

Diferentemente, quando analiso as 3 operações globais vejo duas que iniciaram, se concretizaram e depois de uns anos foram desfeitas. Por que? Porque os clientes eram muito distintos, porque a maneira de fazer negócios também era, ou ainda porque as regras de como o negócio resultante seria administrado não ficaram claras. Só que, vale ressaltar, montar um 

negócio deste tamanho, implementar a reestruturação para depois desmontar tudo tem um custo que pode ser difícil de recuperar. Tem que ser estratégico e planejado em detalhes, quem, quando, onde como e porque. 

E a terceira? A empresa resultante tinha clientes comuns e negócios não conflitantes, e tinha tecnologias parecidas. Não havia uma briga significativa de egos. Por isto tudo, minha recomendação quando falamos em fusões e/ou aquisições é: pense, repense, e consulte o seu melhor amigo e o seu travesseiro.   

Daniel Miedzinski 

Columbus Consultores 

(11)99971 6163 

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