Moradores e comerciantes da Estrada do Alvarenga protestam por duplicação de via

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Créditos: Pedro Vieira / Editora Juma

Na manhã do dia 24 de outubro, moradores e comerciantes da região da Estrada do Alvarenga, localizada no distrito da Pedreira, realizaram uma manifestação pedindo o retorno imediato das obras de duplicação da via, que foram paralisadas após uma decisão judicial. A sentença, proferida pelo juiz Evandro Carlos de Oliveira, da sétima vara da fazenda pública, determinou a imediata paralisação das obras conduzidas pela Prefeitura de São Paulo. Após investigação e solicitação de relatório à CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), o MP informou que a companhia não possuía licenciamento ambiental para o projeto.

O juiz destacou que, embora as obras fossem essenciais para aliviar o tráfego na área, estavam sendo realizadas em uma região de preservação permanente. A prefeitura havia montado um canteiro de obras temporário dentro de uma represa, e o juiz sugeriu que esse canteiro fosse instalado em um local já utilizado pela comunidade. No entanto, essa mudança exigiria o fechamento total da Estrada do Alvarenga, o que, segundo a Secretaria Executiva do Programa de Mananciais, foi descartado devido ao grande volume de ônibus e caminhões que utilizam a via como parte fundamental de suas rotas de trabalho.

Cleciomar Leandro, empresário local de 44 anos, é proprietário de uma escola de dança na Alvarenga e organizou a manifestação devido ao congestionamento na área. Ele estava contente com a duplicação anunciada em janeiro, que fazia parte das obras emergenciais para conter o solapamento. Leandro expressou: “Essa parte da represa sempre foi negligenciada, despejando esgoto de mais de oito mil famílias diariamente, completamente abandonada”. Ele espera que o Ministério Público reavalie sua decisão e visite o local para entender a realidade dos moradores.

A insatisfação se estende a Nelson Murilo, de 78 anos, morador do bairro por mais de cinquenta anos, que conhece a via desde antes da pavimentação. Ele se questiona por que o Ministério Público só agora decidiu proteger a área de preservação, que enfrenta problemas ambientais há décadas, incluindo descarte irregular de lixo, invasões e lançamento ilegal de esgoto. Para ele, as obras representam uma esperança para todos os moradores, especialmente aqueles que residem em bairros mais afastados, como Jardim Apura, Parque Dorotéia e Vila Guacuri, que sofrem com a falta de infraestrutura na via, especialmente nesse trecho.

A Prefeitura já suspendeu as obras e recorreu da decisão. Até que haja uma decisão em segunda instância, as obras permanecerão paralisadas, e o canteiro temporário já está sendo removido.

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