Por: João Xavier
Os casos de violência doméstica no Brasil vêm crescendo exponencialmente e com a necessidade do distanciamento e isolamento social, isso tomou uma proporção muito maior. Segundo estudo elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os casos de feminicídio aumentaram mais de 40%. Nos condomínios, esta realidade ficou ainda mais evidente.
Mulheres que já viviam em situação de violência doméstica, agora estão mais vulneráveis, pois sabemos que pequenos problemas do dia a dia, que poderiam ser relevados, acabam sendo o estopim para discussões e agressões. O Brasil está entre os países mais violentos do mundo nesse quesito. Percebemos que o mesmo problema atinge diferentes classes sociais, culturais, níveis de formação acadêmica e religiosa e profissional. É obrigação do síndico e um dever como cidadão ao perceber qualquer tipo de agressão, relatar as forças policiais ou autoridades locais. Não podemos ser omissos quando sabemos que isto acontece num condomínio. Os colaboradores devem ser orientados a relatar ao seu superior qualquer situação relacionada a violência doméstica.
Muitas das vezes, a mulher por já estar num ciclo de violência, acaba não percebendo os sinais que, como já relatado diversas vezes na mídia, começa com gritos, empurrões, agressão moral e física e pode levar a morte. Por isso, é muito importante perceber os sinais e colocar limites antes mesmo deste ciclo aterrorizante se iniciar. Vale colocar nos murais dos condomínios sinalizações sobre a violência doméstica e os meios de denúncia, como ligar para o 180, meios online como apps de celular e como sinalizar discretamente aos vizinhos e colaboradores que algo está acontecendo.
A lei Maria da Penha dispõe de instrumentos como medida protetiva que pode ajudar cessar essas agressões, mas de nada adianta se a vítima não denunciar o agressor.
Sobre João Xavier: Síndico profissional, especialista em gestão condominial, especialista em implantação de novos condomínios. Membro do Conselho de Administração do estado de São Paulo (CRA-6-001410), atuou como palestrante em várias administradoras de condomínios em São Paulo.