O projeto do Novo Rio Pinheiros tem trago a população do seu entorno uma esperança de vida, pois além da contribuição da regularização da rede de esgoto, a valorização do local, auto estima dos moradores e a solidariedade que tem sido realizada pelas assistentes sociais das empreiteiras e a parceria com a Sabesp as subprefeituras Cidade Ademar e Jabaquara, as empresas LOCAT – Gestão de Resíduos, EcoUrbs Ambiental e Amlurb – Autoridade Municipal de Limpeza Urbana com ações socioambientais em pontos viciados de lixos e praças.
Rio Pinheiros limpo até 2022
Em 14 de maio o governo João Doria (PSDB), por meio da Sabesp, assinou seis novos contratos para execução de obras de despoluição do Novo Rio Pinheiros garantindo ainda a geração de 2,5 mil empregos. O total dos novos contratos é de R$ 681 milhões. O programa prevê intervenções de saneamento e socioambientais com o objetivo de devolver o rio Pinheiros limpo à população até 2022. Esses contratos somam-se a outros seis que já estão em execução pela Sabesp, sendo que todos eles fazem parte do conjunto de 16 licitações em que os trabalhos foram divididos.
Com investimento estimado em R$ 2 bilhões, as obras do Novo Rio Pinheiros vão beneficiar cerca de 3,3 milhões de pessoas que moram em locais abrangidos pela bacia do rio Pinheiros, uma área de 271 km² que inclui bairros nos municípios de São Paulo, Embu das Artes e Taboão da Serra.
Por meio da implantação de coletores-tronco, redes coletoras e ligações, entre outras medidas, a iniciativa vai elevar o tratamento de esgoto na região em 2.800 litros por segundo, passando dos atuais 4.600 litros por segundo para 7.400 l/s em 2022. Só os novos contratos assinados vão ampliar a coleta e tratamento do esgoto de 280 mil imóveis localizados nas sub-bacias: Ribeirão Jaguaré, Alto Pirajussara, Baixo Pirajussara, Cidade Jardim/Morumbi, Águas Espraiadas e Pouso Alegre/Santo Amaro/Poli. Os trabalhos que já deram início vão beneficiar diretamente uma população de quase 840 mil pessoas em todo o entorno.
As obras e ações foram contratadas na modalidade de performance. Com esse modelo, a empresa vencedora da licitação fica responsável por toda ampliação e adequação do sistema de esgotamento sanitário e sua remuneração depende do resultado obtido. Para avaliar a performance, são consideradas metas como o total de novos imóveis conectados ao sistema de tratamento de esgoto e a qualidade da água do córrego. Os seis lotes que já têm obras em execução estão localizados nas sub-bacias dos córregos Corujas/Rebouças, Ponte Baixa/Socorro, Aterrado/Zavuvus e Pedreira/Olaria e também na implantação do coletor-tronco Pirajussara e da rede coletora do Jardim Tramontano, na região do Morumbi.
A coleta e o tratamento de esgoto formam um dos eixos do Novo Rio Pinheiros, coordenado pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, que contempla ainda ações de desassoreamento e aprofundamento do rio, coleta e destinação dos resíduos sólidos, revitalização das margens e educação ambiental. Também acontecem ações para orientar os moradores a fazer a conexão de seus imóveis à rede de esgoto disponível, como determina a legislação. Em áreas de alta vulnerabilidade social, a conexão poderá ser feita nos moldes do Se Liga na Rede, o programa da Sabesp que executa obras gratuitamente dentro de imóveis de famílias de baixa renda, permitindo que as casas sejam ligadas à rede de coleta de esgoto.
Se Liga na Rede
O Se Liga na Rede, tem como proposta executar obras gratuitamente dentro de imóveis de famílias de baixa renda – que ganhem até três salários mínimos – permitindo, assim, que essas casas sejam ligadas à rede de esgoto.
O programa é destinado a pessoas que não fizeram a conexão à rede coletora de esgotos da Sabesp. Um dos motivos, por exemplo, pode ser por conta da necessidade de adequações interna no imóvel, que é de responsabilidade do cliente. Mas existem famílias que não têm o dinheiro necessário para arcar com o valor das obras – nesses casos, a Sabesp arca com os custos, e faz a ligação a preço acessível.
A iniciativa, além de beneficiar diretamente os próprios moradores, é vantajosa também para o restante da população, uma vez que o programa colabora para a despoluição dos córregos, rios, represas e mares. O “Se Liga na Rede” conta ainda com a participação da comunidade – em cada bairro, as casas beneficiadas são visitadas por uma “Agente Se Liga” – uma moradora contratada pela Sabesp para apresentar a iniciativa e explicar os benefícios da ligação de esgoto. Com a assinatura do Termo de Adesão, o imóvel é fotografado, a obra é agendada e executada. Ao final, a casa é entregue para a família em condições iguais ou melhores.
Os moradores podem obter mais informações pelo telefone 0800-0119911. A chamada é gratuita.
Bacia hidrográfica
O rio Pinheiros recebe os seguintes afluentes: ribeirão Jaguaré, rio Pirajuçara, córrego Poá, córrego Belini, córrego Corujas, córrego Verde, córrego Iguatemi, córrego Sapateiro, córrego Uberaba, córrego Traição, córrego Água Espraiada, ribeirão Morro do S, córrego Ponte Baixa, córrego Zavuvus e Córrego Olaria. As nascentes destes córregos estão parte em São Paulo, parte no município de Taboão da Serra e parte no município de Embu das Artes. A maior parte das pessoas tem total desconhecimento sobre eles porque estão quase totalmente canalizados e cobertos por ruas.
Existem exceções, tais como o córrego Água Espraiada, em grande a parte a céu aberto. Parte do córrego encontra-se no canteiro central da Avenida Jornalista Roberto Marinho, embaixo, portanto, do local onde será construído o monotrilho da Linha 17 do Metrô de São Paulo. Outra parte do córrego encontra-se cercada de favelas que estão incluídas, na Operação urbana Água Espraiada, e a construção de um parque linear ao redor do córrego, o que exige a desapropriação destas comunidades.
Problemas ambientais
O rio Pinheiros e sua bacia são alvo de 290 indústrias e dejetos de 400 mil famílias, sendo enquadrado na Classe nº 4 pelo Decreto Estadual nº 10.755/77, tendo como referência a classificação conceituada pelo Decreto Estadual nº 8.468/76. Isso significa que a água é totalmente poluída e só pode ser destinada à navegação e à harmonia paisagística.
A poluição do rio afeta a vida diária das pessoas que moram e trabalham na região. A decomposição dos dejetos domésticos leva à formação de gás sulfídrico, principal responsável pelo mau odor do rio. O fedor pode ser sentido na Marginal Pinheiros, na Linha 9 da CPTM, na ciclovia na margem do rio, e por exemplo, no Shopping Cidade Jardim.
Um risco à saúde decorrente da poluição é a grande presença de mosquitos da espécie Culex quinquefasciatus em todo o curso do rio. Sugere-se que a proliferação de mosquitos é causada pela escassez de peixes, predadores naturais da larva do mosquito.
Novo Rio Pinheiros
O programa Novo Rio Pinheiros tem o objetivo de revitalizar este símbolo da cidade de São Paulo por meio da união dos órgãos públicos e da sociedade. A meta é reduzir o esgoto lançado em seus afluentes, melhorar a qualidade de suas águas e integrá-lo à cidade. Por ser um rio urbano, a água não será potável, nem terá possibilidade de natação. No entanto, espera-se a melhora do odor, abrigo de vida aquática e, com isto, trazer a população de volta às suas margens. Também será possível captar investimentos privados, como a concessão do transporte hidroviário para melhoria da malha de transporte urbano.