A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), entregou, na manhã do domingo (12), a Vila Reencontro “Jabaquara I”. A unidade do projeto que possui a maior capacidade de acolhimento do programa.
Construída em um terreno de 12.700m² cedido pela Prefeitura à SMADS, o equipamento contará na primeira fase com 114 unidades modulares, outras 16 serão entregues na segunda fase, totalizando 130 módulos e 520 vagas. Todos os módulos habitacionais possuem 18m², janela frontal e detector de fumaça, e estão equipados com mobiliário composto de acordo com a configuração familiar, geladeira, fogão com duas bocas, guarda-roupas, banheiros e pias. As áreas comuns são compostas por lavanderia, brinquedoteca, cozinha, refeitório, horta, playground, duas quadras poliesportivas e salas administrativas e para atendimentos sociais.
O Prefeito Ricardo Nunes e a secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Ciça Santos, estiveram presentes na inauguração, vistoriaram as casas e as áreas comuns e entregaram as chaves para as famílias que começam uma nova etapa de suas vidas.
“A vinda das famílias para a Vila Reencontro é para que elas possam se estabelecer. Não é apenas a moradia, aqui criamos oportunidades e incluímos as pessoas nos nossos programas de geração de emprego e renda, como o POT, de qualificação e encaminhamento de currículos. Temos um conjunto de ações que presta atenção em todos e não deixa ninguém para trás, para ser uma cidade cada vez mais acolhedora. É um dia muito importante e feliz”, disse o prefeito. Ainda acrescentou a nossa reportagem “hoje quem não conhece o programa e é contra é por falta de humanidade, aqui estão pessoas que procuram oportunidade de uma vida melhor, a cidade de São Paulo é uma cidade acolhedora”.
“A Vila Reencontro é um espaço que proporciona dignidade às famílias em vulnerabilidade, que aqui chegam. Entregar mais uma Vila é entregar também mais abraços, mais cuidado, mais oportunidades para as pessoas em situação de rua”, ressaltou a Secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Ciça Santos.
Seguindo o padrão estabelecido para todas as Vilas, serão distribuídas diariamente às famílias quatro refeições: café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar. A gestão do serviço estará a cargo da Organização da Sociedade Civil (OSC) Associação Evangélica Beneficente (AEB), com repasse mensal de R$ 685.502,72. A Prefeitura investiu, ao todo, R$ 9 milhões na instalação dos módulos desta Vila.
“A Vila Reencontro é porta de saída para a autonomia dos atendidos, aqui eles tem autonomia para ajudar na Vila. A minha expectativa é de muita positividade e que muitas famílias consigam ter a sua saída qualificada”, disse Ana Paula Bari, gerente da Vila Reencontro Jabaquara I.
O serviço, sexto desse eixo do Programa Reencontro, é inspirado no modelo de acolhimento Housing First (“Moradia Primeiro”) e tem como objetivo o acolhimento de famílias em situação de rua e/ou vulnerabilidade social e no desenvolvimento integral da autonomia dos residentes. A Vila Reencontro “Jabaquara I” está localizada à Avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 4.433, sendo a segunda a atender essa região da cidade, juntamente à Vila Reencontro “Santo Amaro”, inaugurada em dezembro de 2023, com 68 residências modulares e capacidade para abrigar até 272 pessoas.
Além desses, outros quatro equipamentos do gênero já foram instalados na cidade. A primeira unidade da Vila Reencontro, a “Cruzeiro do Sul”, foi entregue na véspera do Natal de 2022 em um terreno de mais de 30 mil m², no bairro do Canindé, região central da cidade.
Três meses depois, em fevereiro de 2023, a Prefeitura inaugurou a Vila Reencontro “Anhangabaú”, localizada na Ladeira da Memória, região central da cidade. Esta Vila tem 49 unidades, sendo nove com uso destinado a funções administrativas, como sala de atendimento, espaço multiuso e brinquedoteca, e 40 unidades dispostas para moradia.
Em outubro de 2023, a Vila Reencontro “Pari” foi entregue pela Prefeitura, sendo, até então, a maior unidade do Programa Reencontro antes da abertura da Vila “Jabaquara”. A unidade da zona leste conta com 100 módulos e capacidade para atender até 400 pessoas.
Entregue também em abril deste ano pela Prefeitura, a Vila Reencontro “Guaianases”, no extremo leste da capital, possui 64 casas modulares, com capacidade de acolhimento para 256 pessoas.
Com a entrega da nova Vila Reencontro, São Paulo já oferta mais de 1.700 vagas no Programa Reencontro. Em pouco mais de um ano de execução, mais de 100 pessoas já conseguiram obter a saída qualificada – quando a pessoa em situação de rua conquista a autonomia e sai da rede socioassistencial – por meio do projeto.
“Muito emocionante, para mim e para todas as famílias, de fazer parte desse projeto encantador, que nos acolhe com carinho, amor e dignidade. Nós somos muito gratos a tudo isso”, disse Maurício Ferreira, acolhido da Vila Reencontro Jabaquara I.
“Muito feliz de estar no Brasil e pela acolhida” disse o venezuelano Ricardo José Rodrigues (28) , “estava em Aricanduva, zona leste, e tive a oportunidade de vir para cá onde quero juntar um dinheiro tirar a documentação para firmar minha profissão que é eletricista, mas aqui estou trabalhando no Brás em costura, somos muito agradecido por estar aqui”, se referindo a esposa Yeraldin Rojas (21) grávida de 8 meses.
As Vilas
O perfil das famílias acolhidas na Vila Reencontro foi definido através de critérios de elegibilidade específicos e constantes nas Portarias 92 e 95/2022. Serão casais com filhos e famílias monoparentais ou outras composições familiares com ou sem criança. Há ainda outros critérios de priorização estabelecidos, tais como, presença de crianças de 0 a seis anos e mulheres com histórico de violência doméstica.
Mais sobre o Programa Reencontro
O Programa Reencontro prevê a entrega de módulos de 18 m², equipados com cozinha, banheiro, armário e mobiliário de acordo com a configuração familiar, para pessoas em situação de vulnerabilidade social. O programa é focado na conquista da autonomia por parte dos usuários através da reinserção no mercado de trabalho e da reconstrução dos vínculos sociais e familiares.
Cada família deve permanecer entre 12 e 24 meses nas moradias transitórias das Vilas Reencontro. Esse período pode ser estendido de acordo com o acompanhamento da família pela equipe técnica. Além disso, as famílias devem participar de capacitações profissionais e outros atendimentos sociais com o objetivo de ganho de autonomia.
Os critérios de elegibilidade para acolhimento nas moradias transitórias são as informações do Cadastro Único (CadÚnico), as famílias em que as mulheres são as responsáveis, núcleos familiares que possuam crianças e adolescentes em sua composição e que estejam em situação de rua por um período mais recente (de seis meses a 36 meses).
O projeto possui três eixos de atuação: conexão, cuidado e oportunidade. O primeiro visa a estimular a recriação de vínculos preexistentes e o fortalecimento da rede de apoio. O primeiro elemento de conexão entre o poder público e o indivíduo em situação de rua é a abordagem social, sendo, portanto, um instrumento fundamental de vinculação das pessoas à política pública e às demais etapas e eixos do Programa Reencontro.