Da mesma maneira que a flexibilização “pós pandemia” está batendo em nossas portas,
mesmo quando a pandemia ainda não nos deixou e que as autoridades sanitárias advertem
que, embora flexibilizando não podemos nos descuidar, parece que o mesmo vai acontecer
com a nossa economia: vamos dizer que tudo voltou ao normal e conviver com algo nada
normal, chamado “Novo Normal”.
Como era de se esperar neste continente chamado Brasil, as várias regiões e as várias camadas
econômicas reagiram e continuam reagindo de maneiras diferentes. Embora a redução no PIB
tenha alcançado quase 10% no segundo trimestre, hoje analistas falam algo ao redor de 6%
para o ano e retomada da economia, deixando a recessão para trás. Mesmo assim, alguns
setores ainda amargam a fuga dos clientes. Bares e restaurantes sofrem mais destes efeitos,
função da restrição de horário e de ocupação, mas também pela própria hesitação do cliente
em frequentar locais densamente ocupados. O turismo também ensaia seus primeiros passos
para um retorno esperado, mas alguns usuários ainda estão arredios à ideia de entrar em um
avião ou ônibus.
As expectativas indicam uma queda no PIB mais acentuada em 2020, principalmente nos
países mais desenvolvidos, e uma retomada em 2021. Segundo o FMI, para o Brasil
poderíamos esperar quase 10% de queda em 2020 e uma boa recuperação de pouco mais de
3% em 2021. Se considerarmos exportações deste ou daquele produto estratégico a coisa
muda um pouco de figura, mas como disse, pouco. O que resta é a certeza que que o que
importa é passar 2020 se preparando para 2022, porque a ressaca em 2021 nos permitirá
entender este “Novo Normal”.
E é neste cenário que as empresas terão que se reinventar (no caso dos brasileiros, mais uma
vez), adaptando-se não apenas às novas modalidades de logística, mas também às novas
modalidades de demanda, porque, certamente, depois de um ano de quase reclusão, todos ou
a maioria terá repensado muitos de seus valores, prioridades e desejos. Um amigo ourives me
comentou que sua atividade durante o período do isolamento foi duramente atingida, pois
como não havia festas, recepções ou reuniões, ninguém usava jóias e consequentemente estas
não se quebravam ou estragavam, nem havia necessidade de se comprar algo novo. Com o
despertar do novo normal pode ser que alguns consumidores tenham decidido mudar seus
hábitos e com isto mudem nichos de mercado. Sem dúvida será interessante ver o que o
destino nos reserva.
Mais uma vez, é tempo de analisar e planejar.
Daniel Miedzinski
Columbus Consultores
(11)99971 6163