A força do voluntariado move o Instituto Gabi

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Por Francisco Sogari*

Dia Nacional do Voluntário (28 de agosto)

O Instituto Gabi foi fundado em 2001 para cuidar de pessoas com deficiência. Nasceu após uma perda irreparável: minha filha, Gabrielle, então com seis anos de idade, foi arrancada do convívio da família por um motorista irresponsável.

O projeto social se consolidou com a solidariedade de pessoas de boa vontade. Sempre acreditou que a prática da caridade tem uma dimensão social e política, ou seja, é preciso eliminar as raízes causadoras das injustiças.

O movimento do voluntariado tem suas raízes na ausência do Estado no que tange à oferta de políticas públicas para a população. Ao mesmo tempo, é fortalecido com o sentimento e a solidariedade de movimentos e organizações religiosas e sociais, como as Santas Casas e os Centros Espíritas, Pastorais e Igrejas.

A cultura do voluntariado vem crescendo no âmbito corporativo, seja em ações individuais ou coletivas. Cada vez mais, o engajamento em projetos sociais é um diferencial nos portfólios e nos currículos físicos ou jurídicos. Os headhunters (caçadores de talentos) avaliam este engajamento dos candidatos a emprego e os consumidores seguem e consomem as marcas que promovem esta prática.

As ações voluntárias mediadas pela tecnologia crescem nos últimos anos e, com a pandemia da Covid 19, avançam na mesma velocidade dos outros segmentos – como o home office ou o uso de aplicativos.  Inúmeros coletivos mobilizaram amigos, vizinhos, colegas de trabalho, da igreja e desenvolveram campanhas.

Analisando o atual contexto, o que se vislumbra é um cenário de agravamento desta situação, podendo tornar o Brasil o epicentro da fome e da exclusão. Por isso, não podemos isentar o Estado do seu papel e nem mesmo o capital, no que se refere à função social.

“No Instituto Gabi, o voluntariado se move em três pilares: saciar a fome, ensinar pescar e, acima de tudo, criar condições para que haja peixe e pão”.

Mais uma vez, nos últimos meses, ele fez a diferença: pessoas e empresas de boa vontade nos ajudaram a nos manter ativos e com possibilidades de planejar o futuro – que parecia tão nebuloso quando, em março, em plena pandemia, fomos obrigados a fechar nosso Núcleo de Atendimento.

Neste Dia Nacional do Voluntário (28/08), expresso a minha gratidão, e a do Instituto Gabi, a todos os nossos apoiadores. Pedimos a Deus que nos proteja e nos dê perseverança na prática do bem.

*Francisco Sogari é jornalista e professor universitário aposentado. Fundador do Instituto Gabi, continua à frente da entidade desde a sua fundação, em 2001.

Interessados em conhecer e acompanhar o trabalho do Instituto Gabi podem fazê-lo pelos seguintes canais de comunicação: www.institutogabi.org.br , @institutogabi (Facebook) ou @institutogabioficial (Instagram).

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