Aprovado na Alesp em dezembro de 2022, Museu Estadual da Cultura Nordestina será um centro cultural de valorização aos povos do Nordeste
O governador Tarcísio de Freitas sancionou a Lei nº 17.650/2023, que dispõe sobre a criação do Museu Estadual da Cultura Nordestina. A nova legislação foi publicada na edição desta quarta (8) do Diário Oficial. A proposta (PL 533/2022) foi de autoria dos deputados Gil Diniz e Adriana Borgo e já havia sido aprovada pela Alesp em dezembro de 2022.
Segundo o texto da nova legislação, o Museu “terá em seu acervo todo material necessário referente ao artesanato, à culinária, ao mobiliário, à cultura, às tradições e à história da região nordeste do país”.
Amplitude cultural
Para Adriana Borgo, coautora do texto, a principal finalidade do novo centro cultural é permitir que “os nordestinos e seus descendentes possam resgatar com toda a amplitude a cultura da região”.
Gil Diniz, por sua vez, ressalta o papel de preservação da memória. “Não queremos que o museu satisfaça uma função apenas, digamos, ‘etnológica’, se limitando a mostrar curiosidades da vida e dos costumes do povo no Nordeste. Isso é importante, mas esperamos que o Museu seja um lugar para preservar e relembrar tudo o que essa região fez pela cultura e história nacionais”, afirma o deputado.
Mais oportunidades
Além disso, existe a expectativa de que o Museu gere visibilidade e empregos para os nordestinos no Estado. “É uma oportunidade de expor nosso trabalho e cultura”, destacou Gerri Allves, artista plástico de origem nordestina, em entrevista ao programa Alesp Cidadania, da TV Rede Alesp.
Um estado nordestino
A exemplo do Centro de Tradições Nordestinas (CTN) da cidade de São Paulo, a ideia é que o Museu se converta num espaço de convívio para migrantes da região. O CTN, fundado em 1991, oferece programação cultural ligada às tradições do nordeste.
De acordo com a justificativa do projeto de Diniz e Borgo, considerando dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há pelo menos 500 mil nordestinos em terras paulistas atualmente. Além dessa função de convivência, o Museu deve servir para a valorização do povo nordestino e para a criação de oportunidades “Minha família se mudou para São Paulo quando eu ainda era criança para buscar uma vida melhor aqui. Milhões de nordestinos tiveram o mesmo espírito e não teríamos nos tornado a locomotiva da nação sem a contribuição desses migrantes”, concluiu Gil. | Juliano Galisi
Foto: Agência Alesp