Foi no batuque de uma roda de samba que Bruno Ribeiro conheceu o amor da sua vida, Tamara, 33. O que poderia ser apenas encontros casuais se transformou em um relacionamento duradouro de quase 16 anos – e mais que isso: uma família construída com afeto, superações e fé. Hoje, aos 40 anos de idade, ele relembra com carinho e orgulho os caminhos que o tornaram pai de dois, Breno Enzo e Rebeca, e como a paternidade mudou completamente sua forma de ver o mundo.
Meses após o início do namoro, Bruno foi direto: “Falei pra ela que eu queria um filho. Disse: você vai morar comigo e eu quero um filho”. Pouco tempo depois, nasceu o primeiro herdeiro do casal, Breno Enzo, hoje com quase 15 anos.
A vida não seguiu sem desafios. Há três anos, em meio a uma crise conjugal, o relacionamento parecia chegar ao fim. “Íamos nos separar”, conta Bruno. Foi quando um novo capítulo começou e, segundo ele, escrito pelas mãos de Deus. “Na crise, Deus nos uniu com a graça de uma filha. O que era separação virou união”, ele relembra. A pequena Rebeca, que completa três anos neste mês de agosto, chegou como um símbolo de reconciliação e renovação do amor entre o casal.
Ao ser questionado o que é ser pai, Bruno diz: “Foi o melhor momento da minha vida. Não tem como explicar. Tem gente que fala que mãe vira uma leoa pelo filho, eu viro mais do que um leão. Não mexe com os meus filhos”. Ele explica que se tornou outro homem, que renasceu. Teve a oportunidade de assistir o parto do filho e entendeu que uma vida totalmente inocente ia depender inteiramente dele. E isso mudou sua vida.
Bruno relata que viveu parte da adolescência entre casas e mudanças familiares. “Eu deixei de morar com meu pai quando tinha uns 11 pra 12 anos. Depois voltei a morar com ele por uns dois anos, mas só aos 16 fui morar de vez com a minha mãe. Foi nessa fase que veio a responsabilidade cedo. Tive que trabalhar e amadurecer”.
Ainda assim, a relação com o pai, Antônio de Assis, sempre foi de carinho e respeito, mesmo à distância. “Nunca deixou faltar alimento, sabe? Mas era aquela criação mais dura, mais chucra. Ele era difícil, ogro, mas de um coração bom. Meu pai é um amor de pessoa. Só é bruto. Pela criação que teve, né?”
Bruno também carrega com carinho lembranças de um tio muito presente em sua criação. “Meu tio, José Ivan de Assis, foi como um pai pra mim. Ele me chamava atenção, me orientava… Era ele quem tava por perto no dia a dia. Mas Deus o levou”. O tio marcou sua vida porque foi a figura paterna marcante, ele relembra que o tio o ensinou a fazer pão e doces quando trabalharam juntos em uma padaria na Vila Mascote.
A relação com o padrasto parece ser marcante também: “Nem quero comentar sobre esse homem. Ele maltratou a minha mãe, fez muita sacanagem”. Ele diz que essa experiência o ensinou “a lutar para ser mais pai” e deixa um alerta para outros pais não darem espaço para “outros caras” ocuparem seus papéis: “Minha mãe achou que tava com uma pessoa boa, mas era outra coisa. Tipo você comprar uma Ferrari achando que tem motor de corrida e descobrir que o motor é de um fusquinha.”
E toda essa vivência moldou sua visão sobre o seu papel paterno. “Eu procuro ser o melhor pai. E eu sou o melhor pai!”, e diz isso com convicção. Para Bruno, ser pai vai além de oferecer conforto ou presentes, a verdadeira paternidade está em ensinar, orientar e preparar os filhos para a vida. Apesar de algumas dificuldades, ele se orgulha de ser pai e de ter a família que possui. Bruno costuma repetir um ensinamento aos filhos: “Eles têm que aprender a andar com as próprias pernas. Quando a gente aprende isso cedo, a gente vai atrás do nosso melhor”.